17 fevereiro 2023
17 fev. 2023

Aprofundamento dos fundamentos do Carisma Dehoniano nas casas de formação SCJ de Madagascar

Aprofundamento dos fundamentos do Carisma Dehoniano nas casas de formação SCJ de Madagascar
"Gostaria de compartilhar brevemente minha experiência de estágio nas casas de formação em Madagascar, que ocorreu de 2 a 13 de janeiro deste ano".
por  José Gregorio Gonzalez Benítez, scj
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Um dos programas do ‘Centro de Estudos Dehonianos‘ é a Bolsa para os Estudos Dehonianos (BSD) que promove a formação de pesquisadores sobre nossa espiritualidade, sobre a vida e a obra de nosso Fundador, sobre a história de nosso Instituto e seu desenvolvimento carismático. Estamos atualmente na fase final deste programa quatro confrades: dois do Brasil, um de Camarões e um servidor da Venezuela. A etapa final da Bolsa consiste em três partes: uma experiência de estágio formativo em uma entidade da Congregação; a apresentação de um projeto de pesquisa; um trabalho final sobre estudos dehonianos.

Gostaria de compartilhar brevemente minha experiência de estágio nas casas de formação em Madagascar, que ocorreu de 2 a 13 de janeiro deste ano.

Antes de tudo, devo dizer que para mim esta experiência de formação e partilha carismática tem sido um dom maravilhoso, pois desde o momento em que comecei a preparar o conteúdo da formação, ressoou uma citação bíblica que Padre Dehon usa muito, do Evangelho de Lucas: “Vim lançar um fogo sobre a terra” (Lc 12,49). Para Dehon este fogo é o amor de Deus, cuja expressão mais evocativa é o Lado aberto e o Coração trespassado do Salvador (cf. Cst 2). A preparação foi um tempo para eu tentar me sintonizar com a experiência de Dehon: contemplar (entrar no mistério de Deus, no Coração de Cristo), descobrir (a centralidade do amor), e sair (missão e vida).

Este movimento ou lógica de entrar, descobrir e sair nos acompanhou durante todos os momentos de formação, porque a experiência carismática não é apenas uma questão de conteúdo, mas é uma dinâmica espiritual que quer nos configurar a Cristo; para colocá-la numa linguagem dehoniana, quer nos levar a ser homens de coração aberto. A abertura do coração é uma solidariedade com tantos homens e mulheres feridos. A contemplação do lado aberto do Salvador nos torna atentos e sensíveis às feridas de tantas pessoas que hoje precisam de reparação e também nos lembra que nós, dehonianos, somos chamados a ser “reparados para reparar”[1].

A experiência formativa aconteceu no escolasticado de Antananarivo, a capital, e no noviciado de Antsirabe, um belo lugar no campo: uma semana em cada casa de formação. Atualmente, a Região SCJ de Madagascar vive um belo momento de despertar vocacional: são 21 escolásticos professos, 23 noviços e 11 postulantes. Vi uma Região com muita esperança, e não estou me referindo apenas aos números, mas à qualidade humana e à paixão pelo nosso carisma. Nas casas de formação de Madagascar, vivi um espírito de oração, trabalho, estudo, fraternidade e, sobretudo, alegria. Desde o início de minha estadia me senti em casa e sou muito grato a todos os confrades que encontrei em Madagascar, por sua gentileza e acolhida.

Madagascar é um belo país, em minha memória há belas paisagens, muitas plantações de arroz e muitas pessoas caminhando, porque há tantas pessoas materialmente pobres. Apesar das dificuldades da maioria da população, vi em Madagascar um povo muito comprometido com o trabalho, um povo que ri e que tem muita esperança de um futuro melhor. Nossa presença dehoniana tem obras significativas: universidades, colégios e paróquias; no campo educacional temos uma presença muito importante, mas todas as nossas obras são realmente um belo serviço para o povo, especialmente para os mais pobres. Sou muito grato ao Centro de Estudos Dehonianos por ter me dado a oportunidade de viver esta experiência de um estágio na Região de Madagascar, e também sou muito grato aos confrades que me acolheram.

Este tempo de estágio foi um tempo de deixar ressoar no coração dos mais jovens as palavras de Jesus que inspiraram Padre Dehon, uma das quais compartilhamos no início: “Eu vim para trazer um fogo à terra, e como eu gostaria que ele já estivesse aceso” (Lc 12,49). Que o fogo do amor de Cristo continue a nos mover para sermos cooperadores de um mundo mais humano, cooperadores para que venha o Reino do Coração de Cristo nas almas e nas sociedades.

[1] Cf. Mensagem final da IX Conferência geral, Roma 2022, 3.

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