27 novembro 2025
27 nov. 2025

O Advento com o Padre Dehon – Primeira Semana

Para a primeira semana do Advento, partilhamos convosco uma meditação do Padre Dehon sobre o tema da vigilância. Este texto é a meditação de 27 de novembro, tirada da sua obra, "O Ano com o Sagrado Coração" (1919).


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27 de novembro – Sobre a vigilância

De die autem et hora nemo scit, neque angeli cœlorum, nisi solus Pater; sicut autem in diebus Noe, ita erit et adventus Filii hominis; sicut enim erant comedentes et bibentes… Vigilate ergo quia nescitis qua hora Dominus vester venturus sit (Mt 24,36-38.42).

Ninguém sabe o dia nem a hora, nem mesmo os anjos, mas só Deus; como nos dias de Noé, assim será a vinda do Filho do Homem. Os homens daquela época comiam e bebiam sem preocupação… Vigiai, portanto, porque não sabeis a hora em que o vosso Senhor virá (Mt 24,36-38.42).

Primeiro Prelúdio. Nosso Senhor mesmo conclui o seu discurso com uma exortação à vigilância.

Segundo Prelúdio. Senhor, fazei com que eu não mereça a censura de não ter podido vigiar uma hora convosco.

 

PRIMEIRO PONTO: É preciso vigiar para imitar Nosso Senhor e seguir os seus conselhos. – Nosso Senhor, depois de nos ter exortado ao temor filial e à confiança, recomenda-nos também a vigilância. É a bondade do seu Coração que o impele. Ele o faz no nosso interesse e por amor a nós, mas também no interesse da glória do seu Pai.

Não nos deu Ele o exemplo da vigilância mais assídua? Quando o demônio veio apresentar-lhe as suas tentações no deserto, o que fazia Ele? Vigiou e orou. Assim, Ele só precisou de repetir ao demônio alguns dos pensamentos que havia meditado: «Está escrito: O homem não vive só de pão…» – «Está ainda escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus». – «Está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás» [cf. Mt 4,6-25.].

É assim que teremos sempre uma resposta pronta para o tentador, se tivermos o hábito da vigilância e da oração.

Os Evangelhos não nos dizem quão habituais eram a vigilância e a oração para Nosso Senhor? «Ele se retirou para um lugar deserto e ali orava» (Mc 1,35). «Retirou-se para uma montanha e ali prolongava a sua oração durante a noite» (cf. Mt 14,23, Lc 6,12).

A vigilância de David havia prefigurado a do Salvador: «Vigiei,» dizia o salmista, «e fiquei solitário como um pardal» (cf. Sl 102,8). No Jardim da Agonia, na luta suprema contra as fraquezas da natureza humana, não é à vigilância que Ele pediu a vitória? Ele vigiou e orou com perseverança, através de todas as angústias e todas as provações do medo e do pavor, e encontrou nesta vigilância a sua força e a sua consolação. Nela, Ele colheu a corajosa resolução de ir ao encontro da morte para a nossa salvação.

Nessa mesma circunstância, não foi a vigilância que Ele recomendou aos seus apóstolos, como o meio para eles escaparem às tentações e ao desânimo? «Vigiai e orai,» Ele lhes dizia, «para que não cedais à tentação». Ele os repreendia por não perseverarem na vigilância e na oração: «Então não pudestes,» Ele lhes dizia, «vigiar uma hora comigo?» [cf. 26,40 s.] – A vigilância era a disposição habitual do Coração de Jesus.

É preciso, portanto, vigiar, e vigiar com Jesus.

Ele também o recomendou através de diversas parábolas. Pela do pai de família que está de guarda contra os ladrões… Pela das virgens prudentes e das virgens loucas, onde a salvação é a recompensa da vigilância.

 

SEGUNDO PONTO: É preciso vigiar para agradar a Nosso Senhor e salvar a nossa alma. – Vigiai, pois, para agradar a Nosso Senhor, para alegrar o seu Coração, para nos lembrarmos d’Ele que é nosso amigo, para servi-lo fiel e delicadamente.

Vigiai para salvar a nossa alma, à qual Nosso Senhor tanto se importa. Vigiai, se amamos Nosso Senhor, para conservar a sua presença na nossa alma e a nossa união com o seu divino Coração! Não é a sua graça, a sua amizade, o mais precioso dos tesouros?

Não é estranho que os homens sejam tão zelosos e tão vigilantes pelos seus interesses temporais, para satisfazer a sua avareza ou a sua ambição, e que o sejam tão pouco para adquirir e conservar o mais precioso dos tesouros: a graça, a amizade de Nosso Senhor, a sua presença na sua alma?

Vigiai porque estais rodeados de perigos: perigos do lado do demônio, perigos do lado das criaturas, perigos do lado das vossas paixões.

Ouvi São Pedro, que conhecera as graves consequências da falta de vigilância. «Meus irmãos,» Ele disse, «sede sóbrios e vigiai, porque o vosso inimigo, o demônio, ronda como um leão para vos devorar. Resisti-lhe permanecendo firmes na fé (e na caridade)» (cf. 1 P 5,8-9).

 

TERCEIRO PONTO: Como é preciso vigiar. – Na prática, como vigiaremos? – Não adormeceremos em nenhum dos nossos deveres. Não nos perdoaremos a perda de um único momento do nosso tempo. A nossa vigilância estender-se-á sobre os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, as nossas palavras, as nossas ações.

Tornemo-nos vigilantes como era o rei David, que podia dizer: «Meu Deus, eu vigio desde o primeiro instante do dia para pensar em Ti, aspiro a Ti, a minha alma arde com uma sede ardente por Ti, os meus próprios sentidos estão sob a impressão da tua presença» (cf. Sl 63,2). E ainda: «Até me esqueço de comer o meu pão, para pensar em Ti, vigio durante a noite para meditar as tuas grandezas e dizer os teus louvores» (cf. Sl 102,5).

Mas também a que virtude este santo rei se elevou pela sua vigilância! Peçamos como ele esta virtude, já que sentimos que nos falta: «A minha alma adormeceu na tibieza, fortalece-me, Senhor, com as tuas palavras» (cf. Sl 119,28).

«Eu durmo, mas o meu coração vigia», diz a Esposa do Cântico [cf. Ct 5,2], ou seja, que mesmo no meio das ocupações comuns – descanso, trabalho, refeição – conservo a impressão da presença de Deus.

«O sábio entrega o seu coração à vigilância desde a manhã» (Sir 39,6). Devemos nos entregar, nos apegar à vigilância pelo pensamento e pelo coração.

 

Resoluções. – Vigiar desde a manhã. Vigiar e orar. Vigiar sobre os seus pensamentos, palavras, ações. – «Vigiai,» diz Santo Agostinho, «pela fé, pelo coração, pelas obras» (De verbo Dei). – Vigiai como amigos, como discípulos do Coração de Jesus.

Colóquio com Jesus recomendando a vigilância.

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