11 dezembro 2025
11 dez. 2025

O Advento com o Padre Dehon, 3ª Semana

Nesta terceira semana do Advento de 2025, lemos a meditação do Padre Dehon sobre o Coração de Jesus. Ela data de 11 de dezembro de 1919 e é tirada de sua obra espiritual O Ano com o Sagrado Coração (L’Année avec le Sacré-Cœur).


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11 de Dezembro – O Magnificat, expressão da gratidão de Maria

Magnificat anima mea Dominum, et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo. Quia respexit humilitatem ancillæ suæ: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes (Lc 1,46-48).

“Minha alma glorifica ao Senhor, e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque Ele olhou para a humildade de sua serva; eis que de agora em diante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,46-48).

Primeiro Prelúdio. Escutarei a esplêndida manifestação da gratidão de Maria enquanto ela trazia Jesus em seu seio, o Magnificat, que se tornou o hino de agradecimento da Igreja.

Segundo Prelúdio. Ó Jesus, não permitais que eu entristeça por mais tempo o vosso Coração com a minha ingratidão.

PRIMEIRO PONTO: O Exemplo de Maria e dos Santos

É o cântico de ação de graças de Maria que meditamos hoje. Este cântico marca as suas disposições habituais. É a própria Maria que a sua parente acaba de louvar e cumprimentar. Isabel, sentindo a graça que se derramava sobre os lábios de Maria e avisada pelos pulos de João Batista, exclamou por um movimento do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres, e donde me vem esta felicidade de vir a mim a Mãe do meu Deus?” [Lc 1,42-43].

Mas Maria pensa apenas em seu Deus. Ela canta o seu cântico de reconhecimento: “Minha alma glorifica ao Senhor, e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”.

Completamente imersa em sua humildade, ela devolve a Deus todos os louvores que lhe são dados. Ela é tratada como Mãe de Deus, mas ela só se vê e quer ser vista como sua serva. Ela protesta com ação de graças que é Deus quem tudo fez nela; ela publica a santidade do nome de Deus, a extensão do seu poder e a grandeza das suas misericórdias. Por isso, o seu hino de ação de graças se tornou a expressão ordinária da gratidão dos fiéis.

Ela se inspirava no espírito de Jesus. Ele próprio quis que as efusões do seu reconhecimento para com o Pai fossem assinaladas no Evangelho, especialmente antes e depois da Ceia eucarística, a maravilha do amor do seu Pai para conosco.

Os santos se derramavam incessantemente em ações de graças. Temos a prova disso na Sagrada Escritura. Diz-se de Tobias que ele rendia graças ao Senhor todos os dias de sua vida (cf. Tb 2,14). Davi exclamava: “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Sl 116,12). Ele próprio se incitava ao reconhecimento: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103,2). E ele passava em revista os incontáveis benefícios do seu Deus: Ele perdoa os nossos pecados, Ele cura as nossas enfermidades, Ele nos coroa com as suas misericórdias: “coronat te in misericordia et miserationibus” (Sl 103,4). Os Salmos são frequentemente hinos de ação de graças.

São Paulo dizia: Devemos dar graças a Deus sem interrupção (cf. 2 Ts 2,14 cf. 2,13); e ainda: Dai graças a Deus em todas as coisas, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (1 Ts 5,18).

SEGUNDO PONTO: É uma Dívida do Coração

O reconhecimento é uma dívida que contraímos assim que recebemos um benefício. Seria uma injustiça não pagar essa dívida ou não a reconhecer.

O reconhecimento é uma virtude que nos leva a Deus para reconhecer que todos os dons vêm Dele e para louvá-Lo e agradecer-Lhe com as nossas palavras e as nossas obras.

É um sacrifício, é a hóstia de louvores, que é agradável a Deus e que nos atrai novos benefícios.

Os motivos que nos impõem esse reconhecimento não são inumeráveis? O nosso Deus nos tirou do nada, devemos-Lhe o ser e a vida; esta vida inteira deveríamos consagrá-la ao reconhecimento.

E Nosso Senhor não nos deu a vida da graça? Não se revestiu Ele da nossa carne para sofrer e morrer, a fim de nos merecer a vida da glória? Pensemos em Belém e nos seus aniquilamentos, em Nazaré e nos seus trabalhos, na vida apostólica de Nosso Senhor, no Getsêmani e no Calvário. Pensemos na Eucaristia, no Batismo, no sacramento da Penitência.

Cada um de nós não recebeu também graças especiais? Nosso Senhor nos suportou nas nossas faltas, esperou a nossa conversão, chamou-nos a uma vocação de escolha. E, no entanto, a nossa memória O esquece, o nosso espírito não pensa Nele, o nosso coração é frio e a nossa boca se cala, em vez de explodir em ações de graças.

TERCEIRO PONTO: As Qualidades e Condições do Reconhecimento

O nosso reconhecimento deve ser sobretudo afetuoso, cheio de ternura e de amor. Poderíamos amar demais Aquele que nos ama com um amor tão paternal e que nos cumula de tantos benefícios?

O nosso reconhecimento deve ser contínuo. Deve manifestar-se logo ao acordar, ao primeiro toque dos sinos, que recordam a mensagem do anjo Gabriel a Maria; após uma empreitada coroada de sucesso, após as refeições, ao saber de uma notícia feliz e agradável, no meio da tribulação e das adversidades — a cruz é tão preciosa para nos purificar e nos merecer graças! Façamos com que a nossa vida seja uma ação de graças contínua.

Tenho praticado esta virtude até agora? O meu espírito tem pensado nela tantas vezes quanto deveria? O meu coração está penetrado dela? A minha boca fala dela frequentemente? Oferece ao meu Deus os sacrifícios de louvor que Ele espera de mim?

Ouço ressoar as queixas tão comoventes expressas por Nosso Senhor à Bem-Aventurada Margarida Maria: “Da maioria, só recebo ingratidões, pelos desprezos, irreverências, sacrilégios e friezas que têm por mim no sacramento do meu amor… A ingratidão dos homens é-me mais sensível do que tudo o que sofri na minha paixão.”

Propósitos. – Ó meu Deus, inflamai o meu coração de reconhecimento e de amor por Vós. Quero que a minha memória e o meu pensamento se voltem frequentemente para Vós e que o meu coração Vos diga o seu reconhecimento pela manhã, à noite, nas horas de exame, após os acontecimentos felizes e mesmo após as cruzes, que são dons do Vosso amor para me purificar e santificar.

Colóquio com Maria recitando o seu Magnificat.

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