31 maio 2023
31 mai. 2023

Encontro de Formadores Dehonianos da América Latina

O XV Encontro Latino-Americano de Formadores Dehonianos foi realizado em Barretos, São Paulo (Brasil), de 1 a 5 de maio de 2023. Abaixo você encontra a mensagem final dirigida à Congregação.


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MENSAGEM FINAL

Aos Superiores Maiores, Formadores e Formandos e demais Confrades dehonianos em missão na América Latina e em todo o mundo.

De 1º a 5 de maio de 2023, em Barretos – São Paulo – Brasil, na Cidade de Maria, espaço intercongregacional onde se desenvolve o Postulantado das três províncias brasileiras, aconteceu o XV Encontro Latino Americano de Formadores Dehonianos (ELAFD). A ocasião marcou os 40 anos da realização destes encontros de formadores na América Latina.

Representantes de seis entidades SCJ da América Latina, a saber: APU; BSP; BRM; BRE; ECU e VEN, éramos 14 religiosos formadores e o superior provincial da BSP, reunidos presencialmente para, como formadores dehonianos, dedicar um tempo à nossa própria formação, retomar alguns princípios fundamentais da vida cristã e da vocação dehoniana e para rever formas cooperação entre estas mesmas entidades, além de manter e estreitar os laços de fraternidade dehoniana no continente latino-americano.

Inspiração

“Permanecei em mim” (Jo 15,4)

“Arraigados en el Amor de Cristo, fieles a nuestra vocación y a nuestra misión” (cf. RV 147)

  • Destaca-se o fato de que o ELAFD aconteceu no contexto do tempo pascal, o tempo dos discípulos, que tiveram que aprender a fazer o percurso da tristeza do “fracasso” na cruz à alegria da vitória da ressurreição, e só então converterem-se em testemunhas fieis de Jesus Cristo. Este deve ser o aprendizado da Vida Religiosa discípula.
  • A missão da formação exige, portanto, união profunda com o Coração do Mestre, a fim de, mesmo reconhecendo as imperfeições, a fragilidade e a pobreza dos discípulos, continuar formando-se e formando para a fidelidade a Cristo e à nossa identidade dehoniana.
  • Neste sentido, ouvir e atender o convite do Cristo Mestre e Amigo, “Permanecei em mim”, já que ele é a “verdadeira videira”, é fundamental para que nós, “seus ramos”, podados pelo “divino agricultor”, produzamos “mais frutos”, ou seja, o amor fraterno autêntico, que gera testemunhas credíveis do amor do Deus.
  • O formador deve conscientizar-se de que as “podas” são necessárias e estarão sempre presentes na vida dos “ramos”, dos discípulos. O objetivo único é a produção de “mais frutos”. Ou seja, em forma de “crises”, as “podas” podem promover, especialmente no formador, crescimento e amadurecimento na sua própria missão de formar discípulos fieis e perseverantes.
  • Por ser assim, o formador é aquele “irmão mais velho” que, tendo já passado por algumas “podas” importantes nas diversas dimensões de sua vida (humana, cristã, religiosa e dehoniana), poderia oferecer um caminho mais seguro e mais consistente aos novos membros do instituto.

Compromisso

  • Como formadores dehonianos, temos consciência de que não podemos caminhar sozinhos. Por isso, desejamos continuar estreitando os laços de fraternidade e colaboração entre as entidades SCJ latino-americanas. Para isso, promover encontros presenciais e virtuais, a fim de compartilhar vida, vocação e missão. Esta é uma riqueza que não podemos perder.
  • O Papa Francisco, em sua Carta circular dirigida aos Consagrados e às Consagradas – Alegrai-vos, nos provoca: a crise da vida consagrada envolve também a incapacidade de reconhecer o chamado profundo, mesmo naqueles que já vivem tal vocação. Vivemos, de fato, uma “crise de fidelidade”, ou melhor, uma “crise de humanização” (n. 6). Muitas vezes, nossa incoerência deve-se ao fato de estarmos feridos, perdidos, desiludidos, incapazes de orientar nossa vocação através do tempo, de maneira unitária.
  • Também estamos atentos às tendências sociopolíticas do contexto em que vivemos: uma sociedade dividida, polarizada e ideológica. Isso nos move a assumir o compromisso de continuar formando-nos humana e espiritualmente, a partir da autenticidade da nossa própria vida em Cristo, e de mostrar aos nossos jovens a proposta de Jesus e da vida religiosa dehoniana.
  • A realidade da América Latina, com sua diversidade de culturas, com suas riquezas e dificuldades, com suas luzes e sombras, nos move a continuar caminhando juntos, reconhecendo os laços comuns que nos unem neste continente. Isso nos leva a pensar em um “estilo formativo dehoniano” que se concretize em nossa realidade latino-americana, para unir forças e promover a mútua-colaboração entre as nossas entidades. Algumas iniciativas de colaboração já estão sendo vivenciadas. É o caso do Noviciado, em Jaraguá do Sul-SC (BRM), com jovens de diversas entidades da América Latina; do Postulantado, em Barretos-SP (BSP), que acolhe jovens das três províncias brasileiras, e da experiência conjunta na Preparação dos religiosos dehonianos para os Votos Perpétuos e a Ordenação Diaconal. Sentimo-nos motivados a continuar sonhando e apostando na colaboração e na fraternidade mais ampla, que transcenda os limites geográficos ou culturais, os quais nos enriquece.

Desafios

  • Vemos como riqueza e sinal de fraternidade universal, a presença de estudantes de outros continentes (Ásia e África, por exemplo) em algumas entidades SCJ da América Latina. Vemos como uma oportunidade, mas, também, como um desafio para a formação de formadores no âmbito da internacionalidade. Vemos a necessidade de preparação para o acolhimento e formação dos nossos jovens de outras culturas. Isso nos leva a questionar: Como facilitar a inserção em estilos formativos diversos? Como acolher a riqueza que trazem? O que deveríamos aprender com eles? O que deveríamos deixar e renunciar em nossa formação, e o que devemos aprender com eles? Quanto estamos dispostos a dar e receber na experiência de formação internacional? Que critérios comuns podem ser estabelecidos em relação às entidades que enviam e às que recebem? Talvez sejam necessárias algumas “linhas comuns”, indicações claras e experiências feitas podem iluminar esta nova realidade que se nos apresenta.
  • Vemos as primeiras etapas formativas como outro elemento desafiador, especialmente a etapa do Postulantado, propícia à superação dos condicionamentos humanos para a opção livre e vivência serena da vocação. Comprometemo-nos a estabelecer orientações comuns sobre a etapa anterior ao noviciado, que nos permitam oferecer processos humanizadores aos nossos formandos.
  • Apesar de já procurarmos seguir “linhas comuns” para a formação dehoniana na América Latina, provocados pelo Superior Geral, vemo-nos oportunamente desafiados a estabelecer um itinerário de leitura de textos originais de P. Dehon para as diversas etapas da formação inicial, a fim de promover um contato mais direto com as fontes carismáticas.”
  • Conhecemos as indicações formativas estabelecidas nas diversas Ratio Formationis, ou seja, a Ratio Fundamentalis, a Ratio Generalis e a Ratio de cada entidade guiam-nos e iluminam o caminho a seguir na formação. Da mesma forma, nos desafiam como região latino-americana a caminhar a partir de um projeto congregacional para nossas entidades, que inclui: objetivos comuns, pessoas, recursos e a partilha de bens.

Estamos conscientes de que a formação não termina com as primeiras etapas, mas exige um renovado compromisso de aprender com as experiências vividas. Por isso, seguimos motivados e esperançosos, tanto pelas experiências já vividas como pelas novas possibilidade colaboração e enriquecimento mútuo entre nossas entidades SCJ latino-americanas.

Confiamo-nos à Bem-Aventurada Virgem Maria e permanecemos enraizados no Coração de Jesus, fiéis ao dom recebido.

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