25 setembro 2020
25 set. 2020

Obras são tesouros

por  Gonzalo Arnáiz Álvarez, scj

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No domingo passado, víamos que os caminhos do Senhor são justos e retos, reconhecendo porém, que muitas vezes seus caminhos não são os nossos caminhos.

Hoje podemos nos perguntar: existe alguma diretriz ou critério para saber se estamos fazendo a coisa certa?

Nos Evangelhos, Jesus também fala de alguns critérios, para indicar, se estamos no caminho certo.

No Evangelho de hoje (Mateus 21, 28-31) Jesus se dirige aos Sumos Sacerdotes e Anciãos do povo. É a elite mais alta da sociedade israelita; aqueles que por definição estavam mais próximos de Deus e que tiveram que ajustar suas vidas às normas do Decálogo. Ele lhes dá um exemplo claro e crítico. Dirigido àquele que tem ouvidos para ouvir. Há um personagem que diz “sim”, mas não faz nada. Há outro personagem que diz “não”, mas finalmente faz. As palavras podem envolver atitudes falsas, como é o caso do segundo filho. As palavras podem envolver sentimentos verdadeiros, mas podem mudar após serem ditas, porque se percebe que é melhor mudar a atitude e fazer aquilo que foi respondido com “não”.

Jesus valoriza positivamente a mudança de atitude do primeiro filho e considera como “obediente” aquele que, finalmente havia agido de acordo com os critérios do pai. O segundo filho é aquele que é um operário. Aparentemente ele parece ser bom, mas não faz o que lhe é dito. É desobediente.

O critério de Jesus é a “Obra”. Obras realizadas em uma atitude de obediência ao Pai. Não “obras” de um escravo, mas obras de um “filho”.

Jesus estava se dirigindo ao povo do bem daquela sociedade teocrática, que tinha conseguido isolar Deus nas alturas e não deixar que pecadores e prostitutas o tocassem. O “Reino de Deus” havia se tornado “anti-religioso”. Jesus se dirige a eles para convidá-los à conversão.  Dizer-lhes que os pecadores e as prostitutas os precederiam no Reino foi a maior provocação. Jesus privilegiou claramente aqueles que estavam à margem e incapazes de entrar nos confins do povo santo de Deus. As palavras de Jesus permaneceram sem efeito. Serviram para piorar ainda mais sua relação com os líderes do povo, e isto o levaria diretamente ao absurdo. As estruturas sociais do povo eram intocáveis. As prostitutas serão sempre prostitutas. Acontece que numa ocasião diferente, para a mulher pública apresentada a Jesus, aqueles que primeiro saíram sem atirar pedras foram os mais velhos. Aí está. Condenamos, mas fazemos uso dela quando nos agrada ou nos convém. Hipócritas!

Estas palavras de Jesus também são dirigidas a nós. As prostitutas nos precederão. Não deixam de ser escandalosas. Por que isso acontece? Provavelmente nosso pensar e agir é semelhante ao da sociedade daquela época. Nós nos sentimos bem. Estamos na metade do caminho. Nossa vida cristã é medíocre e bastante individualista. Não somos uma comunidade que brilha como a luz sobre a montanha. E estamos testemunhando uma diminuição no número de membros da Igreja.  Poderíamos pensar: “Somos poucos e, além disso, o Evangelho aponta um caminho difícil. Assim, eles conseguirão que mais alguns de nós saiam”. O Evangelho tenta não se opor a coisas difíceis.  Trata-se de pedir a conversão. Isso exige mudanças de atitude. É um chamado a ser sincero e a desfazer-nos do lixo que cobre o evangelho em nossas vidas. As palavras de Paulo (Filipenses 2, 2-11) “Sejam unânimes e concordes, tendo o mesmo amor e um mesmo sentir”. Não aja entre vós rivalidade nem ostentação, mas, com humildade, considerem os outros superiores a vós mesmos. Não se fechem em seus próprios interesses, mas busquem os interesses dos outros.

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